Sunday, July 25, 2010

ABRACADABRA!


Ele se apresenta ao público:

Sacode sua capa, sorri,

Diz suas palavras mágicas,

Tira um truque da cartola.

Sua rotina, na vida de muitos como ele.


Ele tem uma forma peculiar de ver a vida.

Em um Mundo de cores, purpurinas e sons,

Escolhidos por ele,

No meio de uma sociedade rígida.


O mágico me ensina muito.


Ele me mostra como encontrar felicidade em pequenos gestos,

Em como preencher a vida com imagens,

Em como valorizar o momento único,

Em como ver o valor do antigo, assim como o do novo,

Em como usar o discurso como aliado,

Em como arriscar e se superar.


Ele tenta novas fórmulas:

Considerou pintar o pêlo do coelho - ele seria um punk fugindo da cartola,

Considerou não ter uma garota bonita no palco - mas, uma drag queen,

Não fazer truques com tigres - mas com crocodilos,

E em quebrar o recorde prendendo a respiração em um tanque de areia - não em água.


A audiência delira com ele!


Então, ele flutua no palco.

Sua alma é tão leve,

Que a levitação não é um truque,

Só uma extensão de como ele se sente.


Dia desses, a varinha mágica fugiu de sua casa.

Ele procurou em todos os lugares possíveis e impossíveis.


Espalhou cartazes pelo Circo,

Pela vizinhaça,

Pelos outros bairros.

Publicou anúncios nos classificados,

Mandou e-mails,

Mensagens pelo Twitter,

No Facebook,

E em todos os meios que encontrou.


Sem sucesso.


Devastado, seguiu seu ato sem a varinha - para certas coisas não existem substitutos.


Dia desses, ele recebeu uma carta:

`Querido,

As coisas estão ótimas aqui em Bagdá.

Resolvi tomar um tempo de folga e, também, fazer uma pesquisa em nosso mercado.

Volto na próxima semana, em (e com) um tapete mágico!

Até o próximo ato,

A magrinha.´



Friday, July 02, 2010

CARNAVAL


Apresento-te um tambor.
Bate, bate.
Ele tem corpo, estrutura.
Bate, bate, bate.
O couro é mais rígido.
Bate, bate, bate.
Mas, a madeira, não.
Bate, bate, bate.
Olha, tem ritmo.
Bate, bate, bate.
Se você o dá.
Bate, bate, bate.
Conduz a banda.
Bate, bate, bate.
Provoca o coro.
Bate, bate.
E pára, bem devagar.
Bate, bate...
Que é para o cantor respirar (Humpf!)
(Bate)
Volta, mais uma vez,
Bate, bate
A atenção do público provoca
Bate, bate, bate
Que canta, (Vem!) em conjunto,
Bate, bate, bate
Sem nem ao menos piscar
Bate, bate, bate!
Apresenta o apêndice
Bate, bate, bate, bate!!!
Vai, canta, - junto comigo!
Bate, bate, bate, bate!
Que algo tenho a contar...
Mas, apaga, quase sem sentido...
Bate, bate, bate
E joga, quase que devagar
Bate, bate
Esmiuça...
Bate
E, nota só, vem a deixa.
(Foto do site da Estação Primeira de Mangueira- Ala das baianas)